Como faço para me manter atualizado profissionalmente?
Quero começar esse artigo compartilhando uma imagem com diversos produtos para uma avaliação de vocês. Observe esses 4 produtos na foto abaixo.
Quais desses produtos você gostaria de ter hoje em dia?
A resposta é provavelmente nenhum deles, a não ser que você seja um colecionador ou deseja resgatar um sentimento nostálgico. E isso porque todos esse produtos estão desatualizados para o nosso tempo. Foram lançadas versões mais atuais, ou até mesmo alguns deixaram de fazer sentido no contexto atual.
Todos esse produtos foram lançamentos entre os anos 2000–2001, e estavam na ponta da lista de desejo de consumo de qualquer pessoa.
Nesse mesmo período eu concluí minha graduação em Engenharia Civil. Naquele momento eu acabava de sair da faculdade com o mais atualizado conhecimento em engenharia, ao mesmo tempo que os serviços e produtos da época utilizavam as tendências, os comportamentos e as tecnologias para se tornar os mais atrativos, desejados e necessários para os clientes.
Será que eu continuaria atrativo para o mercado profissional sem atualizar meu conhecimento?
Não muito tempo atrás um profissional podia conduzir sua carreira por uma vida inteira apenas com o conhecimento adquirido em sua graduação. Um advogado por exemplo tinha a possibilidade de graduar na faculdade, certificava pela OAB, e depois trabalhava em seu escritório com sua carteira de clientes por toda uma vida. Se atualizando organicamente com os acontecimentos.
O jogo do Conhecimento mudou.
A evolução é exponencial, o mercado de trabalho em constante transformação requer cada vez mais novas competências e habilidades. Um estudo recente da consultoria Deloitte* projeta que uma competência adquirida no seu mais elevado grau de conhecimento perde 50% do seu poder e relevância em menos de 5 anos. Se manter atualizado, em constante aprendizagem, não é mais um diferencial. É se manter atrativo e apto para as demandas do mercado de trabalho.
A jornada para a regra 5–10 da Capacitação.
Todo profissional que deseja se destacar, e se manter em alta no mercado de trabalho precisa entender que não existe mais ciclos de apredizagem. Ela deve ser constante durante toda sua carreira.
O termo utilizado para isso é o lifelong learning , que se resume em manter uma aprendizagem ao longo da vida. Uma mentalidade de aprendizagem voluntária e auto-motivada.
“Um aprendizado que é perseguido durante a vida: um aprendizado que é flexível, diverso e disponível em diferentes tempos e lugares. O lifelong learning cruza setores, promovendo aprendizado além da escola tradicional e ao longo da vida adulta”. — Lifelong Learning Council Queensland (LLCQ)
Porém aplicar esse conceito no dia a dia ainda é um grande desafio. Sabemos racionalmente que esse tipo de comportamento é relevante para nosso desenvolvimento, porém colocá-lo em prática não é simples. Quero deixar aqui 4 passos para você iniciar nessa jornada de conhecimento rumo a regra 5–10 da Capacitação.
1º Você precisa se livrar da mentalidade de educação normal.
Entender que o aprendizado vai além da sala de aula, além do conteúdo estipulado pelo professor. Esse aprendizado passa a ser consumido na velocidade e na cadência do aluno. Maior autonomia, com maior proatividade.
2º Estabeleça rotinas de aprendizagem
Invista um tempo de qualidade para consumir conhecimento. Comece aos poucos e depois vai ampliando esses horários. Tornar a aprendizagem um hábito é uma grade sacada. No livro O Poder do Hábito* de Charles Duhigg, ele ensina que um comportamento passa se tornar um hábito após ser repetido continuamente durante 21 dias (fica o desafio).
3º Diversifique os estímulos.
As possibilidades são inúmeras entre conteúdos pagos e gratuitos. Estamos na era da informação, hoje em dia existe conteúdo disponível sobre qualquer tema ou assunto. Faça sua escolha com foco nos seus objetivos e comece. Leia um livro, assista vídeos no TED e YouTube, participe de aulas e cursos EAD, escute podcasts, busque mentoria e coaching, cursos presenciais. Experimente, aprenda e coloque em prática.
4º Alcance a Regra do 5–10.
Em uma semana temos um total de 168 horas, imaginando que utilizamos em média dois terços desse tempo com energia no trabalho e descanso com o sono (espero que você esteja equilibrando bem esses 2/3 ). Nos sobra em média 56 horas semanais para os demais atividades, tarefas e afazeres.
Sei que cada um tem sua rotina e ocupações, mas minha provocação aqui é que você comece a investir entre 5 até 10 horas semanais para aprendizagem (regra do 5–10).
5 horas semanais de aprendizagem — representam 3% do seu tempo total. E corresponde a uma dedicação de 1 hora de estudo a cada dia útil. Uma boa forma de iniciar, heim?
10 horas semanais de aprendizagem — representam 6% do seu tempo total. Requer um pouco mais de dedicação e disciplina, porém com os resultados mais efetivos no desenvolvimento das competências. Pode ser um bom objetivo para ser alcançado.
A perspectiva de duração das carreiras ampliou para 60 à 70 anos. Se manter atualizado e atrativo para o mercado de trabalho é um desafio constante.
Os profissionais aprendiam a adquirir habilidades para ter uma carreira. Agora, a própria carreira é uma jornada de aprendizado.
Notas finais:
Careers and learning: Real time, all the time — artigo escrito por: Bill Pelster , Dani Johnson , Jen Stempel , Bernard van der Vyver. Os profissionais de Capital Humano da Deloitte utilizam pesquisas, análises e insights do setor para ajudar a projetar e executar os programas de RH, talento, liderança, organização e mudança que permitem o desempenho dos negócios através do desempenho das pessoas.
Leia, curta e compartilhe. Abraços
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