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Foto do escritorAdriano Lodi

As 3 Etapas para o Trabalho Livre



Depois de falar muito sobre Propósito, algumas pessoas me procuraram com uma questão:

“Muito legal sua decisão, mas se eu ainda não tenho um Propósito definido como chego ao momento de mudança ?”

Ter um Propósito realmente me ajudou muito na tomada de decisões e escolhas que passei a fazer na vida. Mas posso adiantar que nem sempre foi assim. Meu propósito atual se consolidou nos últimos quatros anos. Antes disso tinha outras crenças e convicções sobre carreira, que me guiavam de forma perene no desenvolvimento profissional dentro das empresas. Cumpria as metas, me desenvolvia e era reconhecido no processo de meritocracia. Tudo muito lógico, como eu gosto, mas faltava algo mais forte para me guiar, e então procurei pelo meu Propósito. Fico feliz em refletir sobre esse período que passei, pois demonstra que todos podemos evoluir e nos modificar ao longo da nossa história.

Então se você ainda não tem um Propósito, respire fundo! Ou mesmo se está em conflito com seu momento atual, respire fundo! O que tenho a dizer é que isso é mais comum do que imaginamos. Quando decidi compartilhar com outras pessoas meu momento, pude perceber que uma grande porcentagem delas se interessava pela minha história também porque se enxergava dentro dela. Não estamos sozinhos.

Ter Propósito é um objetivo bem legal, mas na minha opinião o que realmente nos transforma é a busca por ele. A minha mudança de carreira foi baseada em três etapas que vou compartilhar aqui:

1. Experimente sempre

Essa etapa iniciou quando eu defini e decidi que meu plano de desenvolvimento individual teria mais que um objetivo final. Amplifiquei as possibilidades alterando de uma única opção, que era seguir carreira executiva no setor corporativo, para quatro opções. Adicionei os objetivos de ministrar aulas (capacitação, treinamento), o de palestrar, e o de ter meu próprio negócio. Quem disse que só podemos ter um final feliz?

Pronto. Agora eu tinha meus sonhos detalhados como objetivos. Precisava agora me aprofundar no entendimento desses desafios para aumentar minha visão sobre os temas, e também diminuir as incertezas desse novo mundo.

Comecei a experimentar. Iniciei uma agenda de me expor a situações, treinamentos, encontros, eventos, conhecer pessoas que poderiam me trazer algo sobre esses novos objetivos. Nesse momento é a hora de ser bem curioso e também se propor a ser mais vulnerável. Sair da zona de conforto requer muita força de vontade e cuidados para não se sabotar com julgamentos. Você vai descobrir coisas fantásticas, mas pode se sabotar achando que aquilo não é pra você, ou mesmo se cobrar por qual motivo não havia feito isso antes (essa era a minha principal cobrança interna). Domine o sabotador que existe dentro de você e siga em frente!

Outro ponto importante nessa etapa é lembrar dos dois itens finitos que temos que considerar durante a experimentação: Dinheiro e Tempo Dinheiro — por vezes treinamentos são custosos, eventos são pagos, cursos e graduações são geralmente bem caros. Então pense bem onde irá focar seus investimentos, comece pequeno e caso realmente curta o assunto se proponha a despender mais dinheiro. Posso dar um exemplo em relação ao meu objetivo de dar aula. Certamente vou precisar me dedicar a um Mestrado, mas na fase de experimentação fiz alguns cursos de andragogia e facilitação de equipes que me pertimitaram conhecer melhor o assuntos, além de me expor à situações que vou encontrar nessa carreira. Hoje em dia também existem muitas opções gratuitas de eventos, encontros, livros, blogs, canais na internet. Inclusive a melhor opção de experimentação para mim foi totalmente de graça. Conhecer e conversar com pessoas que estão na carreira que você deseja, para entendimento dos desafios, das alegrias, dos problemas e da jornada. Tempo — coloquei o dinheiro como um bem finito, mas com trabalho e esforço você recupera suas economias. Agora o Tempo não tem jeito, esse não volta atrás. Portanto escolha bem onde você irá gastá-lo.

Experimentar no geral deve ser rápido e curto, serve para sondar, avaliar e conhecer algo. Na minha visão não faz sentido fazer um curso de dois anos para experimentar se vai gostar de algo. Planeje seu tempo.

2. Reflita sobre a motivação para a mudança

Por que mudamos ? Existem diversos estudos, artigos, livros, teses que descrevem a motivação de mudança no ser humano. Mas aqui eu vou simplificar isso em algo bem mais básico.

Nós mudamos porque algo está nos incomodando (empurrado), ou porque algo está nos atraindo para o lugar de destino (puxado).

Essa reflexão é sempre muito importante fazer para uma projeção do cenário futuro, afinal não é por conta que você está se dedicando a uma nova carreira que os problemas irão desaparecer. Dificuldades, cobranças e pessoas difíceis existem em qualquer local, em qualquer profissão. Portanto se você está tomando a decisão de trocar de carreira, ou mesmo de emprego por conta de problemas (empurrado), reflita se você não irá encontrar o mesmo cenário em um novo local. Sei que por vezes ocorre de você estar inserido em um ambiente nocivo, onde você precisa de mudança imediata mesmo, mas se não for esse o caso reflita. A mudança por atração (puxado) tende a ser mais forte, torna você mais resiliente a todas dificuldades e problemas que irá encontrar pela frente. Porém reflita da mesma forma para garantir que você não está tão apaixonado pelo seu Propósito que te impeça de enxergar os desafios e consequências da sua decisão. Toda a mudança é genuína e não cabe à ninguém julgar sua motivação. Mas acredito eu que as mudanças motivadas por uma crença em algo melhor são mais sustentáveis ao longo do tempo.

Ser intenso é bom, mas não seja impulsivo(a). Reflita antes de agir.

3. Assuma o controle da sua vida

Profissionalmente você se tornou o que sempre quis ser ? Muito difícil de responder a essa pergunta.

Certamente cada individuo é único, com suas caraterísticas físicas, emocionais, religiosas, comportamentais diferentes. Mas o meio em que estamos inseridos é sempre o mesmo, ou muito parecido entre as pessoas. E isso faz com que sejamos todos expostos aos mesmos modelos de sociedade, cultura, educação e sucesso.

Por mais que tenhamos o livre-arbítrio (possibilidade de decidir, escolher em função da própria vontade, isenta de qualquer condicionamento, motivo ou causa determinante) não podemos negar que somos influenciados constantemente pelo meio e pelas pessoas que nos cercam. Dessa forma ao longo do tempo foram se consolidando alguns padrões de modelos sociais de sucessos para uma vida profissional. Entre eles um dos mais aceitos para carreira é o que você estuda uma vida inteira, trabalha um outro tanto e se aposenta como um executivo de uma grande empresa.

Repare como nossa vida profissional pode ser conduzida pelo meio. Nascemos, e quando criamos consciência de que existimos como ser humano já estamos matriculados em uma escola.

“Mãe, por que eu tenho que ir na escola ?” “Pra não virar o mendigo ou ladrão” — somos motivados pelo medo de fracassar logo na infância.

Estudamos, estudamos, estudamos e chega o colegial onde devemos escolher a profissão que devemos seguir (isso com apenas 17 anos). Ingressamos na faculdade pois irmãos, primos, vizinhos fizeram o mesmo. Na faculdade surge a cobrança por estágio, e quem sabe na sequência um bom programa de trainee que possibilite a efetivação em uma grande empresa. A partir daqui começamos uma busca ano após ano por aumentos de cargos e salários. Vivenciamos isso em uma rotina, até o momento da aposentadoria onde nós poderemos enfim curtir a vida. Acredito que se fosse possível adquirir esse “pacote de carreira” na maternidade, esse produto seria sucesso de vendas entre a maioria dos pais.

E sabe o que tem de errado no modelo de carreira acima ? NADA

O modelo acima é uma excelente carreira, isso se for uma decisão genuinamente sua ter embarcado nele. Para mim o errado é achar que um modelo servirá para todos da mesma forma. Errado é não se questionar se o caminho que você está percorrendo até hoje, é realmente uma escolha sua. Ou se é apenas o caminho padronizado estabelecido pelo meio onde você está inserido. Escolher caminhos e jornadas diferentes dos modelos padronizados requer coragem e disposição para enfrentar zonas ainda desconhecidas. Geram incertezas para quem faz, e julgamentos dos que olham por fora.

Nessa etapa conversar com pessoas que você CONFIA e pessoas que estão na mesma jornada irá ajudar muito na tomada de decisão.

Se questione sempre. Assuma o controle da sua vida. Se você não fizer alguém fará no seu lugar (sua família, seu companheiro/a, seu chefe).


Não acredito em fórmula mágica, e nem receita de bolo para desenvolvimento da vida profissional de cada um. Relatei aqui um pouco da minha experiência que espero que ajude a contribuir de forma reflexiva sobre o tema.

Importante é seguir em frente. Não deixe de buscar um pouco por dia.


Vamos juntos.

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