Um Líder que não conhecia o Princípio da Boa Fé

Certa vez ao terminar uma reunião, um líder me chamou de lado e disse:

“Combinei aquilo contigo, pois sei que você não vai me passar pra trás. Em você posso confiar ”.

Naquele momento achei estranho o comentário, mas depois analisando melhor pude perceber que essa sempre era a postura daquele líder, perante todas as situações, pares e a equipe. Sempre desconfiando que podia ser enganado ou que as outras pessoas estavam tramando em relação aos interesses dele.

Imaginei quanto de energia esse líder despendia com aqueles pensamentos. Tentando imaginar situações e contramedidas.

Deve ser muito complicado viver em um ambiente profissional no qual você não confia em ninguém.

Pessoas difíceis geralmente são grandes desafios para a liderança. Manter um mindset fixo, que uma pessoa age de forma intencional com maldade e grosseria, certamente irá bloquear o líder para uma melhor compreensão da situação. Pensar desse modo deixa o líder em uma postura reativa ao colaborador, o que pode agravar ainda mais a situação.

Com a maturidade na liderança você percebe que a maior parte do mau comportamento dos outros se resume basicamente a medo e ansiedade — e não, como costuma ser mais fácil presumir, maldade ou grosseria.

Você desapega da hipocrisia e deixa de pensar no mundo como sendo povoado por monstros ou tolos. Isso torna as coisas menos preto no branco no começo, mas, com o tempo, muito mais interessante.

Pode ser que realmente alguém esteja tentando irritá-lo. Essa pessoa pode estar tentando chamar sua atenção da única maneira que sabe, te incomodando, sendo desagradável ou vingativa. Você aprende a identificar o desespero por baixo dos piores momentos e assim tem a possibilidade de interpretar de maneira diferente, em vez de julgá-la.

O líder maduro passa a compreender que sempre existe uma boa intenção por trás de cada ação. E direciona energia para tratar a causa raiz do problema, ajudando o liderado a transpor barreiras de ansiedade e medo.

Maturidade na liderança é manter a crença no princípio da boa fé, e com isso sofrer menos.